Ainda lembro do cortejo...a cantoria triste...minha roupa branca de condenado no contraste com a minha negra cor...aquela criança não sai da minha cabeça...caminhava curiosa ao meu lado, no compasso do tambor do militar...a marcha era fúnebre...alguns aproveitavam o momento para fazer dinheiro...o Mariano era um deles, sonhava com um bom pecúlio e a alforria um dia comprar...para mim isso já não bastava...logo depois da primeira chibatada, apaguei...acordei com os gritos de quem me delatava...senhor e senhora no chão...ainda corri...mas sabia que logo minha passagem por aqui estaria acabada...da cadeia para a igreja...logo a ponte sobre o arroio onde tantas vezes acompanhei o pôr-do-sol...e lá estava eu subindo os degraus...o homem da religião do rei na minha frente aos prantos fingia seu interesse por minha alma...e eu fingia não ter medo...quieto...sofri...o rufar dos tambores...meus olhos se fecharam...logo estacionou o barco...finalmente livre...naveguei...como o tempo, tornei-me múltiplo...resisti!
segunda-feira, 17 de maio de 2010
Soy mi huésped
Mario Benedetti no livro Preguntas as azar
Soy mi huésped nocturno
en dosis mínimas
y uso la noche
para despojarme
de la modestia
y otras vanidades
aspiro a ser tratado
sin los prejuicios
de la bienvenida
y con las cortesías
del silencio
no colecciono padeceres
sin los sarcasmos
que hacen mella
soy tan sólo
mi huésped
y traigo una paloma
que no es prenda de paz
sino paloma
como huésped
estrictamente mío
en la pizarra de la noche
trazo una línea
blanca
luego soplo mi brisa
y los postigos y las ramas
tiemblan
como huésped de mí
sé de mí lo que pienso
no es gran cosa
armo mis barricadas
contra el sueño
a pesar de que el sueño
las derribe
soy mi huésped
a qué regarlo
pero
a veces también soy
un extraño de mí
cuando mi rústico
anfitrión
me mira
siento que estoy
demás
y me escabullo
Nenhum comentário:
Postar um comentário