Ainda lembro do cortejo...a cantoria triste...minha roupa branca de condenado no contraste com a minha negra cor...aquela criança não sai da minha cabeça...caminhava curiosa ao meu lado, no compasso do tambor do militar...a marcha era fúnebre...alguns aproveitavam o momento para fazer dinheiro...o Mariano era um deles, sonhava com um bom pecúlio e a alforria um dia comprar...para mim isso já não bastava...logo depois da primeira chibatada, apaguei...acordei com os gritos de quem me delatava...senhor e senhora no chão...ainda corri...mas sabia que logo minha passagem por aqui estaria acabada...da cadeia para a igreja...logo a ponte sobre o arroio onde tantas vezes acompanhei o pôr-do-sol...e lá estava eu subindo os degraus...o homem da religião do rei na minha frente aos prantos fingia seu interesse por minha alma...e eu fingia não ter medo...quieto...sofri...o rufar dos tambores...meus olhos se fecharam...logo estacionou o barco...finalmente livre...naveguei...como o tempo, tornei-me múltiplo...resisti!
terça-feira, 20 de abril de 2010
Transgresiones
Mario Benedetti no livro Preguntas al Azar
Todo mandato es minucioso
y cruel
me gustan
las frugales transgresiones
por ejemplo inventar el buen
amor
aprender
en los cuerpos y en tu cuerpo
oir la noche y no decir
amén
trazar
cada uno el mapa de su audacia
aunque nos olvidemos
de olvidar
seguro
que el recuerdo nos olvida
obedecer a ciegas deja
ciego
crecemos
solamente en la osadía
sólo cuando transgredo alguna
orden
el futuro
se vuelve respirable
todo mandato es minucioso
y cruel
me gustan
las frugales transgresiones
Nenhum comentário:
Postar um comentário